“Beleza não põe mesa.” Esse ditado envelhecido tenta nos passar a lição de que não devemos nos preocupar muito com as aparências, mas sim com os valores primordiais (como a comida na mesa, por exemplo). É um clichê, você sabe. A beleza é mais importante do que imaginamos. Ao que parece (risos), beleza vale a pena. E não sou eu quem está dizendo.
Pesquisas de psicologia evolutiva recentes mostraram que “vivemos em função da ideia de que o belo é o melhor que o feio, em todos os âmbitos da vida”. Portanto, busque a beleza, sempre que você quiser. Mas nessa tua busca procure honrar o teu conceito pessoal de beleza, em vez ficar brigando com os padrões de beleza estabelecidos de tempos em tempos para as manadas.
PESSOAS
Na prática, pessoas atraentes – no sentido de vistosas e empáticas – têm mais oportunidades, salários mais altos e tratamento especial. Sentiu-se agredido com essa informação científica? Pois não vai adiantar nada a gente ficar magoado. É assim.
Você pode (e deve) questionar os padrões atuais de beleza humana (física) da cultura ocidental, porque são impositivos e imprecisos, sem dúvida. Quem disse que tem de ser assim ou assado? Mais: a ideia de um tipo único e imutável de beleza é uma prisão. Não caia nessa armadilha.
Muitos fatores podem influenciar a atratividade individual. A maneira como você se veste, como você age e como se comporta, por exemplo. Mesmo heranças genéticas que parecem difíceis (ou mesmo impossíveis) de alterar, como a raça, a etnia, as formas ósseas, as proporções, etc., podem influenciar a nossa atratividade aos olhos dos outros.
ROSTO E CULTURA
A primeira coisa que notamos quando encontramos alguém é o rosto. Existem rostos que são ímãs, capturam nosso olhar imediatamente, e rostos que simplesmente não possuem “nitidez” (segundo a nossa percepção).
O cérebro, entre suas milhões de funções, é um verdadeiro detector de beleza. Detecta-a e processa a informação detectada em apenas 15 milissegundos, dizem os pesquisadores. Se você disser que a beleza está nos olhos de quem a vê, concordarei com você.
Em termos computacionais, a beleza hoje em dia pode ser representada por proporções matemáticas. [Na verdade, Leonardo da Vinci foi um dos primeiros a elaborar as diferentes proporções de uma forma humana “atraente”.] Mas essa tal “forma atraente” possui uma enorme variação de estruturas faciais/corporais dentro de uma mesma cultura.
QUALIDADE DE VIDA
Esse assunto é fascinante, tanto quanto aquilo que acreditamos ser belo e/ou feio. O fato é que não podemos mais negar que a percepção (individual) de beleza no dia a dia pode contribuir para ampliar a nossa percepção em outros âmbitos. Um desses âmbitos é o da qualidade de vida.
A foto acima (Florença, vista da Ponte Santa Trinita), feita com o meu celular às 21h30 de uma noite de verão, é só para te mostrar que morar em uma cidade bonita (isso, na minha visão/percepção particular de beleza, ok?) multiplicou a minha perspectiva sobre o que é viver bem.
Beleza faz bem aos meus olhos e à minha alma. Nos dias em que estou meio down (com ou sem razão), tomo o seguinte “medicamento natural”: caminhar/pedalar por Florença apreciando a beleza inusitada desta cidade que, 500 anos atrás, era o que Nova York é hoje, em termos de inovação e cosmopolitismo. Morei em Florença de 2016 a 2021, quando decidi me afastar de “cidades grandes”. [Este artigo foi atualizado em junho de 2022.]
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